O processo da gênese de um tema ou assunto para meu blog tem sido cada vez mais curioso. Noto que isso ocorre das mais diversas formas: às vezes por meio da motivação mais efêmera, às vezes por um sentimento como a frustração e às vezes por um simples desejo de semear idéias e ver se delas pode surgir algo que mereça, posteriormente, habitar minha memória.
Escrever neste blog tem sido como cultivar espécies de plantas bizarras numa estufa de vidro cristalino... em plena Avenida Paulista. Convidados a ver, a entrar e a sentir, os leitores encontram plantas grandes e pequenas, coloridas ou opacas, cheirosas ou não... com frutos doces e amargos.
Os leitores e voyeurs que passam por aqui já devem saber que sou responsável por um bonsai que me acompanha desde que nasci. Por isso, antes de iniciar este texto, resolvi tirar uma duvida cuja resposta poderia fornecer um rico material metafórico para futuras postagens: Qual é o pH do solo de um bonsai?
A resposta que consegui me mostrou algumas coisas:
1- O “solo” do bonsai, na verdade, chama-se “substrato”.
2- O pH ideal do “substrato” varia conforme o tipo de folhas que o bonsai produz: grandes ou pequenas.
3- Um método prático para se determinar o pH do solo é a observação através do tamanho das folhas: folhas maiores, pH mais ácido; folhas menores, pH mais alcalino.
Verificando o significado da palavra “substrato”, descobri o seguinte:
“Na indústria gráfica, substrato é todo suporte que irá receber a impressão. Substrato, em ecologia, refere-se à superfície, sedimento, base, meio ou ainda qualquer superfície que possa servir de suporte a organismos vivos.”
Pois então é isso!!! O blog é o espaço visual...gráfico...onde isso pode ocorrer. Mas é também a superfície imaginária...o solo sintático ocupado por esta flora semântica!
“Qual é o pH do solo de um bonsai?” Uma pergunta fútil, mas juro que é uma preocupação genuína! Eu achei que o substrato estava ácido demais. E achei que isso não estava fazendo muito bem para meu bonsai.
Meu bonsai tem folhas pequenas... Prefiro as folhas pequenas...sutis.
Logo, descobri hoje que meu bonsai precisa de um substrato com um pH que não fosse ácido. A única maneira de cuidar bem dele seria retirando a acidez do substrato.
Neste final de semana, descobri uma ótima maneira de fazer isso:
Basta colocar um pouquinho de açúcar, ou canela. Mas a canela é muito melhor, pois tem um aroma especial...muito especial!!!
Com o pH do substrato do meu bonsai equilibrado, ele já está com as folhinhas muito mais verdinhas!!!
terça-feira, 29 de maio de 2007
quinta-feira, 24 de maio de 2007
Cadê meu Mojo?
Descobri que, apesar de sempre ter tocado blues desde que dei minha cara pra bater nos palcos, não sirvo pra tocar quando estou triste. Tudo soa artificial quando estou triste. Não é uma simples questão de estudar mais ou estudar menos. É uma questão de parecer estar sem meu catalisador musical funcionando.
"Um catalisador é uma substância que afeta a velocidade de uma reação, mas, no processo, emerge inalterada. Um catalisador normalmente muda a velocidade de reação, promovendo um caminho molecular diferente (mecanismo) para a reação". - Wikipedia
Humm....acho que serve a metáfora.
Já que estamos falando de música, tristeza e catalisadores, nada mais me vêm à cabeça além da palavra "MOJO".
Mojo é um pequeno saco, um tipo de amuleto, na maioria das vezes de flanela vermelha, amarrado com um cordão. Contém folhas, ramos, pedaços de animais ou insetos, pedras, desejos escritos num papel, e coisas do tipo. Este pequeno saco é usado sob a roupa. Carrega-se um mojo por seus poderes sobrenaturais: por proteger contra o mal, atrair o amor, aumentar a libido, virilidade, trazer sorte ou dinheiro.
A amarração do pequeno saco é fundamental, pois mantém dentro dele o espírito ao qual se solicita o beneficio. Uma vez preparado e amarrado, o mojo deve ser “alimentado” para que se mantenha em funcionamento. Isso é geralmente feito com um líquido que é espirrado no pequeno saco. Pode ser um perfume, ou um óleo suave.
Os Mojos são tema de diversas letras do blues. Basta lembrar de “I Got My Mojo Working”, que virou um “hit” na voz de Muddy Waters. Outra menção mais discreta é “Somebody Stole My Thunder” (sugiro a versão cantada pelo Georgie Fame), em que a palavra “thunder” pode assumir metaforicamente a função da virilidade proporcionada pelo mojo. Se numa música, o narrador está se gabando de seu mojo, na outra o mojo foi roubado.
Pois então...já desconfiava que eu precisava mesmo espirrar um perfume no meu mojo...
...mas procurei ele aqui em casa depois de janeiro...e acho que alguém pegou. Não encontro!!! Sem meu mojo é muito mais difícil tocar. Sem ele tudo é mais difícil.
Acho que a pessoa que achou deve ter escondido bem escondidinho mesmo. Quem sabe debaixo da terra...dentro de um vasinho...onde cresce um a árvore em miniatura.
"Um catalisador é uma substância que afeta a velocidade de uma reação, mas, no processo, emerge inalterada. Um catalisador normalmente muda a velocidade de reação, promovendo um caminho molecular diferente (mecanismo) para a reação". - Wikipedia
Humm....acho que serve a metáfora.
Já que estamos falando de música, tristeza e catalisadores, nada mais me vêm à cabeça além da palavra "MOJO".
Mojo é um pequeno saco, um tipo de amuleto, na maioria das vezes de flanela vermelha, amarrado com um cordão. Contém folhas, ramos, pedaços de animais ou insetos, pedras, desejos escritos num papel, e coisas do tipo. Este pequeno saco é usado sob a roupa. Carrega-se um mojo por seus poderes sobrenaturais: por proteger contra o mal, atrair o amor, aumentar a libido, virilidade, trazer sorte ou dinheiro.
A amarração do pequeno saco é fundamental, pois mantém dentro dele o espírito ao qual se solicita o beneficio. Uma vez preparado e amarrado, o mojo deve ser “alimentado” para que se mantenha em funcionamento. Isso é geralmente feito com um líquido que é espirrado no pequeno saco. Pode ser um perfume, ou um óleo suave.
Os Mojos são tema de diversas letras do blues. Basta lembrar de “I Got My Mojo Working”, que virou um “hit” na voz de Muddy Waters. Outra menção mais discreta é “Somebody Stole My Thunder” (sugiro a versão cantada pelo Georgie Fame), em que a palavra “thunder” pode assumir metaforicamente a função da virilidade proporcionada pelo mojo. Se numa música, o narrador está se gabando de seu mojo, na outra o mojo foi roubado.
Pois então...já desconfiava que eu precisava mesmo espirrar um perfume no meu mojo...
...mas procurei ele aqui em casa depois de janeiro...e acho que alguém pegou. Não encontro!!! Sem meu mojo é muito mais difícil tocar. Sem ele tudo é mais difícil.
Acho que a pessoa que achou deve ter escondido bem escondidinho mesmo. Quem sabe debaixo da terra...dentro de um vasinho...onde cresce um a árvore em miniatura.
quarta-feira, 23 de maio de 2007
Sobre as diferenças.
As diferenças são motivações para que o conhecimento encurte a distância entre as pessoas.
terça-feira, 15 de maio de 2007
Se não der vertigem, não tem graça!
Gelatina sabor Lichia...
...eis minha mais nova descoberta!!!
Não...sério!!! Recomendo de verdade!!! Tem gosto de lichia de verdade, mas é gelatina!!! Tem a cor daquele Guaraná Jesus que vende no Maranhão. Não sei se tem no Pão de Açúcar, ou se é fácil de achar por aí... Mas é algo sublime, doce e delicado...posso até arriscar dizer que, metaforicamente, quase mata a saudade das "preliminares"!!! - HAHHAHA...Pode rir alto nesta sala?
Pois é... Se não der vertigem, não tem graça!
...eis minha mais nova descoberta!!!
Não...sério!!! Recomendo de verdade!!! Tem gosto de lichia de verdade, mas é gelatina!!! Tem a cor daquele Guaraná Jesus que vende no Maranhão. Não sei se tem no Pão de Açúcar, ou se é fácil de achar por aí... Mas é algo sublime, doce e delicado...posso até arriscar dizer que, metaforicamente, quase mata a saudade das "preliminares"!!! - HAHHAHA...Pode rir alto nesta sala?
Pois é... Se não der vertigem, não tem graça!
terça-feira, 8 de maio de 2007
Cereja no topo do Sundae de Cevada, à 1h26 da manhã.
Roubado do perfil da dona da comunidade do Krzysztof Kieslowski no Orkut:
"O tempo não pára!
A saudade é que faz as coisas pararem no tempo..."
M. Quintana
"O tempo não pára!
A saudade é que faz as coisas pararem no tempo..."
M. Quintana
sexta-feira, 4 de maio de 2007
quarta-feira, 2 de maio de 2007
Cereja no topo do Sundae de Cevada, às 2h45 da manhã.
"It’s so easy to laugh
It’s so easy to hate
It takes guts to be gentle and kind"
(É tão fácil rir
É tão fácil odiar
É preciso ter culhões para ser gentil e carinhoso)
Da letra de "I Know It’s Over" da banda Smiths.
It’s so easy to hate
It takes guts to be gentle and kind"
(É tão fácil rir
É tão fácil odiar
É preciso ter culhões para ser gentil e carinhoso)
Da letra de "I Know It’s Over" da banda Smiths.
Voltar quase sempre é partir para um outro lugar.
Hoje voltei....
Algumas pessoas que acompanham o blog (salve!) me cobraram que não tenho escrito aqui ultimamente. Geralmente, preciso de um bom motivo: uma inspiração ou uma indignação....o que não é nada muito original, convenhamos...mas nada que me envergonhe.
Pois bem...
...voltei a escrever no blog, pois hoje também voltei a um lugar que um dia já me trouxe a ilusão do conforto e do aconchego.
O retorno é sempre algo diferente. O olhar é diferente. Os cheiros, as texturas, os gostos são os mesmos, mas o olhar é diferente. O olhar, como todo sentido, seduz. E o fato de ele poder mudar (que bom!!!) resolve muita coisa. Os sentidos são traiçoeiros por natureza. Os cheiros, as texturas e os gostos fazem com que algo tente nos convencer de que ainda podemos nos entregar às mesmas tentações, que ainda podemos nos entregar a certos prazeres libidinosos, ou nos alimentar do gosto que as lembranças deles deixaram nas “papilas gustativas de nossa memória”.
Mas, sagrado seja o momento em que cai o véu das tolices, da embriagues e da sedução da noite. Não que a noite e a boemia tragam sempre algo de ruim em sua efemeridade, pois o que há de efêmero na vida tem sempre seu valor justificado pelo caráter de experiência insubstituível...pelo seu caráter finito. A noite, os acasos...hoje reverencio a todos.
O quero dizer é que alguns momentos, cuja beleza está na própria espontaneidade, se empobrecem quando um “sistema de funcionamento" é revelado. As situações tornam-se previsíveis e os momentos mais belos tornam-se tolos como um pôr-do-sol de cinco horas de duração: o que havia de poético é banalizado pela insistência e sua beleza é diluída e banalizada pela sua previsibilidade.
Voltei. E desta volta tirei a lição de que o melhor que fiz foi ter partido. Voltar quase sempre é partir para um outro lugar.
"Quanto me andei
Talvez pra encontrar
Pedaços de mim pelo mundo
Que dura ilusão
Só me desencontrei
Sem me achar
Aí eu voltei
Voltar quase sempre é partir
Para um outro lugar"
- Paulinho da Viola.
Paulinho da Viola está certo, e certo estão todos os insatisfeitos!
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