terça-feira, 17 de março de 2009

A gente mostra a cara (pra bater), mas vale!

Queridos amigos,

Saiu minha primeira publicação acadêmica: um ensaio publicado no site da Revista Brasileira de Design (AgitProp).

Caso seja do interesse de vocês, convido-os para a leitura deste texto que surge como um embrião, uma passagem entre minha pesquisa de Mestrado e a de Doutorado.

Um abraço e agradecimentos 1000 pela companhia gostosa e pela convivência sempre frutífera!

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Laerte! Depois de uma fase estranha, o retorno!

Faz um tempo já que o Laerte investiu numa linha de produção de tirinhas seqüenciais (a revisão ortográfica tirou as tremas né? hum...).

Como entusiasta do trabalho dele, eu confesso: não fiquei muito fã do resultado. Achei as histórias muuuito herméticas e, sinceramente, não deu pra aproveitar.

Faz uma semana, mais ou menos, e notei que o Laerte tinha abandonado a idéia de fazer as tirinhas seqüenciais e publicou (no jornal) umas PÉROLAS!

Ei-las:



segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Kandinsky, e sua orquestra de cores.

Estudando pro Doutorado, eu me deparei com Kandinsky, intrigado sobre as analogias entre os espectros e tonalidades da cor, propondo uma tentativa de colocá-las numa ordem sistemática em relação aos espectros e tonalidades da música:

Amarelo: trompete
Laranja: viola
Vermelho: tuba
Violeta: fagote
Azul: violoncelo, contrabaixo, ou órgão
Verde: violinos

Minha moça e a moça de um grande amigo se queixam que colecionamos muitos instrumentos. Eu coleciono trompetes. O Chaplin (para íntimos) coleciona contrabaixos.

Estive conversando com o Chaplin sobre o timbre de nossos instrumentos. Existe um desejo do qual compartilhamos que é de, dentro das características do instrumento de cada um, possuir todos os timbres possíveis.

Num contrabaixo existem muitos fatores determinantes, como o material que compõe o corpo, os captadores, as cordas, os cabos o amplificador, pedais, etc…

Com os trompetes isso é um pouco mais simples. Basicamente, o timbre é determinado pelo comprimento e calibre do tubo, a variação ou não da angulação com que a espessura deste tubo se amplia da boca do músico até o local por onde sai o som, o tipo de metal utilizado e o formato do bocal.

Dados técnicos à parte, fico feliz que o Chaplin tenha já uma grande quantidade de azuis em sua paleta.

Os meus amarelos vão do tijolo quase avermelhado, passando pelo ocre, até o amarelo-vivo, mas faltam alguns tons ainda. É uma busca sem objetivos técnicos nem científicos. É uma investigação puramente estética.

Meu objetivo é fazer a carta de cores do amarelo em Si bemol. Os trompetes, trompetes de rotor, cornets, flugelhorns e kuhlohorns, ficarão ali, um ao lado do outro, esperando serem soprados para que suas tonalidades justifiquem seu lugar no espectro, ao lado de seu vizinho. Cada tom no seu lugar. Cada amarelo na sua hora.

Resta agora achar outras cores pra compor com os azuis do Chaplin.

Alguém aí quer montar uma banda?

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Ano novo, vida nova, filho novo...

Depois de uma ano de muito trabalho e economia, poupando para entrar com o processo de adoção, eu consegui!

Depois de negociar bastante com as entidades internacionais, ver a papelada para a chegada ao país, meu menino recém-nascido chegou!

Veio num berço de lona, bem reforçado, nos braços da prima da minha amada moça. Pouco antes do Natal, recebi a criança em meus braços, dentro do bercinho de lona.

Depois de brincar com ele, resolvi dar um bom banho nele.
Lógico que tive que fotografar.

Aqui está ele brincando n'água:



Aqui são os bracinhos, perninhas e orelhinhas secando:



Aqui é um close dele peladão:



Aqui é ele peladão, antes de passar óleo e talquinho:



Aqui é ele já vestido, fazendo pose na frente do espelho:



Adotei-o da família dos Flugelhorns (família muito chique).
O nome dele é Kanstul 1525. Ele tem esta linda pele de cobre e uma linda voz.

Já está aqui, correndo pelo quarto, brincando com os irmãozinhos!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

sábado, 15 de novembro de 2008

Photoshop analógico

Recebi por e-mail. Embora não deva ser algo muito original para se postar aqui (já devem existir milhares de blogs divulgando a foto), a iniciativa se justifica pela criatividade e pelas óbvias afinidades com meus objetos de estudo.

1. Fotos de bastidores da criação estão aqui.
2. A criação é do Art Snob Solutions, que fez para a revenda de software Software Asli, que se não me engano é da Indonésia, uma vez que os preços estão Rupias...
3. Os créditos são: diretor de criação: Hendra Lesmono
diretor de arte: Andreas Junus & Irawandhani Kamarga
redator: Darrick Subrata
fotógrafo: Anton Ismael


Agradecimentos à Laura pelas informações completas!

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Uma das músicas mais felizes do mundo...

Como falei neste post aqui, todo o meu envolvimento com música se originou pela felicidade que a música pode trazer pra vida da gente.

Têm músicas que nos fazem sair pulando e dançando de cueca pelo corredor da casa (quando todo o resto das pessoas sairam de casa, lógico).

Esta música, Tipitina, do pianista de New Orleans, Professor Longhair é um grande exemplo desta alegria de que estou falando.

Enjoy:

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Herdeiros…

Tá, tá… quem lê vez ou outra o que eu escrevo por aqui já sabe: “Laerte isso, Laerte aquilo…”.

Faz pouco tempo que o trabalho de Gabriel Bá e Fábio Moon caiu no domínio público. A primeira tirinha publicada na Folha de São Paulo, em 14 de setembro de 2008, estreou no caderno "Ilustrada".


Existe algo de muito especial mesmo no trabalho destes irmãos, além de um certo “frisson” causado pela conquista do prêmio Eisner (nomeado em homenagem ao mestre dos quadrinho Will Eisner):



A preocupação entre contar uma história e produzir um bom desenho se divide numa equipe ideal e cuja a eficiência neste desafio é incontestável.



Quero acompanhar mais de perto o trabalho excelente destes quadrinhistas.



Para isso, deixo alguns caminhos para os interessados:
http://10paezinhos.blog.uol.com.br/
http://www.flickr.com/photos/10paezinhos

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Sobrinha viking, mãos de fada...

Minha sobrinha está se saindo (para a alegria de todos os amantes da arte que a cercam) uma grande desenhista.

Com oito aninhos ela coleciona bons desenhos como este retrato que fez do Tio-Padrinho dela:

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Você tem fome de que?

A gente come por fome…
A gente come por diversão…
A gente come por curiosidade…
A gente come por experiência.

Arroz com feijão, pipoca, nouvelle cuisine…
A gente come por uma série de motivos.
Estes motivos satisfazem necessidades do corpo e da cultura.

Faz tempo que eu queria encontrar algo pra comer que fosse divertido e também uma experiência cultural bacana. O gosto? Faz parte da experiência. Bom ou ruim, sempre é bom sob o vértice da entrega à experiência.

No bairro da Liberdade, em São Paulo - tradicionalmente conhecido por esbanjar exemplos da cultura oriental - encontrei algo muito interessante para provocar meu paladar cultural: salgadinhos de filhotes de caranguejo!!!

ALERTA: Greenpeace, garanto que são criados em cativeiro!


O gosto é parecido com o gosto daqueles camarões secos que o pessoal do nordeste do Brasil gosta de comer com farinha de mandioca.

O que mais achei legal é a idéia pseudo-antropofágica de comer algo, de uma vez só, com patas, pernas, olhos e boca. Nojento? Cruel? Ambos? Hum… é mais uma sensação de estar em Lilliput.


Quem achar a experiência muito radical, pode começar comendo manjubinha. Só não vale tirar a cabeça antes de comer!

Recomendo para os aventureiros do mundo gastronômico.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Saudades de postar Laerte...

Eu até ganhei o livro dele da minha moça, mas nada de postar aqui comemorando.

Eu até tinha feito a maior propaganda de que "um dia eu compraria o tal livro".

Além desta mancada, eu lia, dia após dia, as tirinhas dele no jornal....e nada de comentar, recortar...e o jornal acabava indo pro lixo.

Acontece que encontra-se de tudo pela internet e consegui resgatar as tirinhas que o lixeiro levou e, ainda por cima, pude escolher algumas.

Sim. Escolho algumas (e deixo outras de lado) pois o Laerte está numa fase muito interessante, mas admito que nem sempre consigo me "conectar" com o rumo de algumas tirinhas.

Bom, aqui estão as que mais me cativaram e com as quais mais me identifiquei.

Vou esperar sair o novo livro com as tirinhas da fase "do éter Aristotélico" do Laerte.











segunda-feira, 26 de maio de 2008

Se vira nos 30? A gente se virou na Virada Cultural Paulista 2008! E a brincadeira durou completas 24 horas!

Depois de assistir empolgadíssimo à Virada Cultural da capital, nos dias 26 e 27 de abril deste ano, foi minha vez de, efetivamente, estrear na Virada Cultural Paulista.

Cada vez mais cidades do interior do estado de São Paulo estão participando deste sensacional evento cultural. Neste ano participaram:

Araçatuba
Araraquara
Assis
Bauru
Campinas
Caraguatatuba
Franca
Indaiatuba
Jundiaí
Marília
Mogi das Cruzes
Presidente Prudente
Ribeirão Preto
Santos
São Bernardo do Campo
São João da Boa Vista
São José do Rio Preto
Sorocaba

Depois de um esforço do nosso digníssimo saxofonista, a minha banda Soul na Goela foi aceita para tocar na cidade de Assis. Tá aí a programação impressa pra não me deixar mentir, hehehe.



Alugamos uma van e saímos de viagem para Assis às 10h45. De Campinas até lá, fomos ouvindo jazz (pois nossos músicos são chiques) e falando muita bobagem por 4h30 até nosso paradeiro final.

Chegando lá, o único comércio aberto, com comida, era um pequeno shopping center onde almoçamos e tomamos um ou outro chope. Bom, nosso horário para entrarmos em contato com o pessoal da produção era 16h30 e tivemos tempo para almoçar com calma.

Chegamos pontualmente no horário. O nosso anfitrião nos recebeu muito bem e nos forneceu nossas credenciais de “Artista”, o que nos rendeu algumas piadinhas ao longo da noite (…que chegaram a este infame ponto: “-Vamos subir no palco e pintar um quadro, ou fazer uma performance?”).


O pessoal da produção foi sempre muito gentil e nos alojou na sede da estação de trem da Sorocabana.


Lá ficamos para nos trocar, comer salgadinhos e beber refrigerante, água, ou um suco beeem estranho. De lá, pela janelinha, enxergávamos o palco e assistíamos a passagem de som do pessoal do Luiz Melodia. Mas não demorou 30 minutos para que o céu fechasse e caísse o mundo… quase que literalmente. Depois que começou a chover gelo, nem os músicos, nem o pessoal técnico permaneceu na rua que já estava quase deserta.

Como viram na programação lá encima do post, a Soul na Goela abriria o evento, às 18h30. Convenhamos: nesta hora, já era pra lá 17h e o céu escuro lá fora não era nem um pouco animador.

O que nos manteve animado, por outro lado, foi termos ficado confortáveis em nosso “camarim ferroviário”, que dividimos com diversos artistas ao longo da noite. Na foto, aparecem o Fernando (baterista), a Mariana (que participou especialmente deste show, cantando com a Soul na Goela) e, no espelho, eu e o Ronalde (saxofonista).


A primeira experiência foi ao batermos um papo com os forrozeiros do grupo Forró Levanta Pó. Um deles curtia até um som black! O outro soltou uma boa: “Já vi que vocês são muito chiques. Agora quero ver se vocês tocam bem!” Gente fina o pessoal do Forró Levanta Pó!

Depois de muitos salgadinhos, idas e vindas do pessoal da produção, saímos de nosso “quarto VIP” para dar lugar aos trinta e poucos membros do Grupo Cupuaçu, que trabalha com pesquisa de danças brasileiras.

O relógio já marcava umas 20h e o pessoal da produção nos deu duas alternativas. Com a chuva no fim, podíamos ficar para tocar na manhã do dia seguinte ou tocar em algum horário da madrugada, com algum remanejamento do horário. A primeira opção estava descartada, pois não tínhamos como pagar hotel para todos e tínhamos compromissos em Campinas no domingo. Como a sorte estava do nosso lado, o pessoal da equipe técnica prometeu pro pessoal da produção que iria aprontar o palco para às 22h30, horário em que o cronograma original marcava o show do Sandália de Prata.

Pelo cronograma remanejado, a noite seguiu mais ou menos assim:
22h30 – Sandália de Prata
23h30 – Grupo Cupuaçu
00h30 – Luiz Melodia
01h30 – Soul na Goela

Me lembro que, por algum motivo, assistimos ao show do Sandália de Prata ainda pela janelinha da estação. Mas, depois de definida nossa situação, foi hora de relaxar! Em turnos, fomos descendo para a praça (que já estava povoada)…


…para tomar uma merecida cerveja…


…e ver a apresentação do Grupo Cupuaçu.


Subimos novamente ao camarim para nos reunirmos. Terminado o show do Grupo Cupuaçu, teríamos que descer com todas as tralhas para aguardarmos ao show do Luiz Melodia em umas tendas que haviam ao lado do palco. Era um Pit Stop para os músicos que aguardavam a hora de subir ao palco.

Mas, antes de descermos, tivemos a honra de nos encontrar com o homem lá mesmo no nosso camarim:


Em seguida, como planejado, descemos com todos os equipamentos para a tenda ao lado do palco e fomos assistir ao show do Luiz Melodia bem de pertinho:


Depois de ir umas 15 vezes ao banheiro (ansiedade + cerveja = “água nos joelhos”), olhei no relógio e lá marcava 01h40. O Luiz saiu do palco rapidinho, para não expor a garganta ao frio e em poucos minutos o palco era nosso!

Com uma certa demora para ajustar o palco à nossa formação e para fazer uma passagem de som bem simples, tudo estava pronto para começar.


No palco (enorme) achei o som estranho. Todos tinham uma caixa de retorno muito potente, mas apenas ouviam seus próprios instrumentos. Por outro lado, numa das músicas em que não toquei, pude descer do palco para espiar nossa banda pela perspectiva da platéia. O que vi e ouvi me agradou bastante. O som ficou por lá, mas a vista foi esta:


Para terminar a jornada, descemos do palco umas 03h40, recolhemos acampamento e voltamos para Campinas. Como o motorista da van pôde dormir num hotel lá perto, pudemos dormir tranquilamente durante a viagem de volta.

Chegamos em Campinas umas 10h da manhã de domingo, 24h depois de nossa saída. Dormi em minha cama quentinha e macia até meio dia.

Meia hora depois, fui buscar minha namorada para irmos assistir aos shows do domingo da Virada Cultural Paulista em Campinas.

De noite, sofá, TV e chazinho quente!

segunda-feira, 28 de abril de 2008

E lá no fundo azul na noite da floresta, a lua iluminou a dança, a roda e a festa.

O gato preto cruzou a estrada e eu fui atrás dele.
O resultado foi que encontrei muita gente na rua e um punhado de coisas bacanas para se fazer em São Paulo durante o evento da Virada Cultural 2008.

Tudo começou no sábado cedo. Acordei umas 6h40, fui até a casa do sogrão (que mora perto da estação Sumaré do metrô) e peguei o trem para a estação Bresser-Mooca. Vou todo sábado para ter aulas no SENAI. Trata-se de uma especialização em Produção Gráfica.

Como cheguei antes, parei numa padaria furreca, mas muito autêntica. Por R$ 3,60 comi um pão com presunto e uma média.

Depois da aula, voltei para encontrar minha menina. Foi só o tempo de tomar banho e sair para assistir aos primeiros shows da noite. Saímos com a Emilia, irmã dela, e duas amigas.

De cara, no caminho para o show da Cesária Évora, a vista era linda:

Trata-se da aglomeração de gente no cruzamento da Av. São João com a Av. Ipiranga…mas um tiquinho mais para cima da São João.

Chegamos no show da Cesária já no fim. Vimos o restante do show e descemos a São João para o palco de Música Instrumental, onde estava se apresentando o acordeonista Toninho Ferragutti. Este foi um dos palcos mais interessantes da Virada pois, junto com o palco de “Canja Blues e Rock”, contava com música ininterruptamente. Os músicos subiam no palco para tocar por uma hora. Mas a cada 15 minutos sempre tinha alguém saindo e um músico novo entrando no palco.

Além disso, ele estava muito bem localizado no encontro do Vale do Anhangabaú com Boulevard São João. O palco mais bonito, na minha opinião.

Aproveitamos para tomar a celebrada primeira cerveja da noite.

Lá pelas 20h, subindo para o Largo Sta. Efigênia, para o palco do “Boteco de Bambas”, paramos para ir ao banheiro num barzinho. Mesmo passadas apenas duas horas do início da programação, as pessoas já estavam comprometendo a salubridade dos locais públicos e dos sanitários dos bares com uma infalível falta de pontaria na hora de usar o vaso.

Na saída, flagrei um tradicional churrasquinho grego. Não comi. Mas confesso que parei numa barraquinha de cachorro-quente uns 10 metros pra frente.

A intenção de ir ao “Boteco de Bambas” era de ver o paulistaníssimo sambista Germano Mathias. Ele continua vivíssimo, irreverente e tem uma pança branca simpática, que fez questão de exibir ao público – completou dizendo que, mais tarde, faria um striptease!!! Por respeito àqueles que lêem o blog, aqui vai uma foto dele ainda vestido:

Depois disso, descemos para a Barão de Itapetininga, para ver do que se tratava o palco “Canja Rock e Blues”. Foi, certamente, o pior palco de todos os que vimos. Apertado, com pessoas passando mal no meio da passagem e a banda num excessivo clima “de garagem”.

Corremos dali e passamos na Praça da República para assistir Casa de Máquinas. Eu não fazia idéia do que se trata. Fui assistir por indicação de minha namorada que, apesar de toda feminina, escondeu o jogo e não me disse que curtia Rock-n-Roll “a-la Kiss”. “Divertido” é a melhor palavra. Bom, se meu critério comparativo passa por Kiss, não tem como definir melhor.

Voltamos para o palco de música instrumental para encontrar o resto das pessoas que nos acompanhavam e, de lá, decidimos voltar. Pouco mais de meia-noite, pegávamos o metrô de volta.

No dia seguinte, depois de dormir pacas e descansar as pernas doloridas, chegamos de volta na estação São Bento lá pelo meio-dia. Paramos lá para assistir ao Silent Disco. Um DJ colocava para dançar apenas as pessoas que portavam fones wireless em seus ouvidos. Elas ficavam num cercadinho, para não fugirem com o fone, imagino. Mas, na realidade, era uma medida de segurança importante – hehehe. …para que ninguém que estivesse dançando alucinadamente de olhos fechados, caísse de cima do viaduto.

Descemos até o Boulevard São João, onde iríamos descobrir quem estava tocando no palco de música instrumental. Tava um sol forte! Quando paramos num boteco ali perto, do nada, subitamente, inexplicavelmente, surge minha sobrinha de 7 anos de idade: a Eleonora!

Demorou para eu entender que ela estava com uma outra tia dela. A parte boa foi a brincadeira de fazer chifrinhos com as mãos e ver a sombra aparecendo no chão. Achei mais legal fotografar a alegria dela brincando do que o efeito da sombra no chão… evidentemente.

De lá, fomos comer. Ah… nada como o tempurá da Praça da República. A minha moça foi de yakisoba.

Comemos enquanto assistíamos ao show do Arnaldo Antunes. Muito bacana estar lá. Gosto deste registro de fagote com o qual ele canta.

Terminando o show, encontramos a Emilia novamente e trocamos umas 15 mensagens de celular para encontrar uma amiga que estava transitando, perdida, entre Praça da República e Av. São João.

Quando todos se encontraram, partimos para ver o fim do show da Orquestra Imperial. Um samba-bossa-rock-funkeado. De longe, a banda mais legal, musicalmente falando. Agitou o pessoal com uma qualidade técnica e musical impressionante. Destaque para o naipe de metais!

Logo ao lado de onde estávamos, havia um guindaste que içava malabaristas, contorcendo-se em números diversos. O que mais gostamos foi o número do sofá. Este eu tive que fotografar.

Depois, no palco da Praça da República, fomos ver o Lobão. Ah… o disco dele (com Vida Bandida, etc, etc) foi trilha sonora do meu primeiro verão pré-adolecente-descobrindo-a-paixão na praia de Ilha Bela. Hum… pensando bem, escutei muito Dire Straits (Brothes in Arms) naquele verão. Mas olha que nunca gostei de RPM!!!!

Finalmente, rumamos para o Palco das Meninas, quase na frente do Edifício Copan. Fomos ver uma apresentação solo da Fernanda Takai.

Aí é que tive um dos aborrecimentos da virada. Não por causa dela mas por causa de parte da platéia. Pseudo-moderninhos, com óculos de sol (com armação de resina bem grossa) em plenas 18h da tarde, desciam a lenha na apresentação da Fernanda… mas não iam embora. Ficaram até o fim. Falavam mal, faziam piadinhas, mas continuavam ali. Critico que é critico assiste até o final. Resta saber quem é que se interessa pelo que esse tipo de gente tem para falar.

Eu entendo a birra que algumas pessoas podem ter com a Fernanda Takai, pois ela tem duas características que podem confundir as pessoas.

A primeira é que ela possui um timbre de voz muito peculiar. Eu mesmo não gostava quando ouvi Pato Fu pela primaira vez. É o mesmo, penso, que comparar uma flauta com um pífano. A flauta é precisa e afinada. O pífano não. Mas só o pífano carrega o romantismo da sua “desafinação”. …e, na verdade, esta “desafinação” é apenas uma característica não depreciativa. Deve-se reparar no valor qualitativo agregado à música quando um timbre deste se apresenta.

A segunda característica é que a Fernanda realmente acredita no que ela faz. Deve incomodar muita gente admitir que ela faz tudo o que ela faz conscientemente. Não é pra ser complexo, mas está muito longe de ser previsível. Falando nisso, vou procurar o CD novo dela, em que ela canta músicas da Nara Leão. Quem já ouviu a Nara Leão cantando “Cuitelinho” (música do cancioneiro popular descoberta por Paulo Vanzolini) sabe porque a Fernanda enxergou um pouco dela na Nara.

Quem não sabe disso e não quer saber vai continuar reclamando, todo orgulhoso, do alto de sua ignorância.

Resumindo a experiência toda da Virada Cultural de 2008, concluo com a afirmação de que o centro de qualquer cidade deve ser ocupado por gente. O que mais gostei foi ver aquela multidão cercada de prédios históricos, sem nenhum carro para atrapalhar. Os palcos temáticos foram uma grande sacada e funcionaram! As pessoas de interesses comuns se aglomeravam e curtiam juntas o que queriam curtir.

O bom é que, quem curte muitas coisas, numa situação dessa, convive com muitos tipos de pessoas. No meu percurso, que saiu da música instrumental, passando pelo samba, pelo rock e terminando no Palco das Meninas, estive sempre muito bem acompanhado por gente que soube desfrutar da cidade.

segunda-feira, 31 de março de 2008

O dia em que fiz um Storm Trooper rir.

Existem certos lugares em que é bom estar armado.
Não se sabe o que pode acontecer.

Eu estava com amigos e familiares andando tranquilamente pelo sub-solo do prédio da Bienal, no Parque do Ibirapuera, quando um sujeitinho veio perturbar “Forças maiores”.

Tolo…
…mentes fracas são facilmente manipuláveis por aqueles que seguem a doutrina. Mas como a sala estava escura, instintos supremos dispararam os reflexos motores antes de qualquer saída mais sutil…

…saquei uma de minhas armas. Aquela que estava mais ao alcance das mãos…

… e acabei com aquele abuso de autoridade.

Quando o coitado do moço caiu no chão, este papel caiu do bolso dele:

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

David Monette e sua fábrica de trompetes.

Quem nunca assistiu ao filme "A Fantástica Fábrica de Chocolates"?

Quem nunca sonhou em encontrar Willy Wonka e sentir na sua loucura mágica aquilo que faz com que seja possível saborear doces magníficos?

Ah... os doces...

Precisamos dos componentes químicos do açúcar, claro. Mas estes componentes químicos podem estar presentes em diversos alimentos. Então por que precisamos do doce? O doce é sempre algo ligado ao prazer e ao desejo. O doce alimenta a fome do espírito catártico do homem.

Comer por prazer…
Eis o ponto da discussão!

Eu tenho admiração por dois “Willy Wonkas” da nossa realidade. Pessoas dedicadas a fabricar produtos que cumprem impecavelmente com sua funcionalidade mas, alem disso, buscam explorar o prazer e o desejo de quem os consome (uma tendência atual, que resulta numa grande estratégia de marketing).

O primeiro é Steve Jobs, grande chefão da Apple Computers. Apesar de ter fama de chato e de sua firma não ser a mais popular dentre os defensores de um mundo mais verde, seus produtos são absolutamente funcionais e lindos. Seja pelo computador em si, seja pelo sistema operacional. Uma curiosidade é um termo muito usado para descrever certos aspectos do sistema operacional: “eye candy”. "Eye candy is something that is most remarkable for its visual appeal" - Wikipedia.

“Doce para os olhos”. Interessante analogia!

O outro é David Monette. Monette assina a marca mais cobiçada dentre todos os fabricantes de instrumentos de metal. Trombones, trompas, euphoniuns e até saxofones de outras marcas, por melhores que sejam, ainda habitam uma esfera inferior no “cosmo industrial” de instrumentos musicais.

Físico acústico, mestre de Yoga e fabricante de trompetes, David Monette produz os trompetes mais bem acabados, gostosos de se tocar e belos de se olhar.

Por estes produtos não se paga apenas por aquilo que eles deveriam fazer, por essência. Paga-se por aquilo que o produto proporciona durante o seu uso.

Logicamente, as duas coisas precisam estar andando juntas durante o processo de produção.

Muita gente pode pesquisar no Google e achar 1.000 discussões justificando inúmeras razões pelas quais se justifica a compra de um computador Apple. Mas me sinto no dever de divulgar e argumentar aqui sobre algumas razões que justificam cada centavo do investimento num trompete produzido por Dave Monette

Em 1999, eu pude conhecer Dave Monette, o Willy Wonka dos trompetes. Foi quando eu fui buscar meu trompete feito por ele:

Apresento aqui “A Fantástica Fábrica de Trompetes de Dave Monette”

Como um amante dos prazeres do espírito e bom comedor de chocolates, quero confessar aqui minha satisfação por poder tocar nestes 8 anos num magnífico trompete produzido por Dave Monette.

Bom, a real razão deste post veio da coceira que estou por esperar meu novo bocal que vai chegar pro Natal!!!

Que todos tenham um Natal apetitoso para o corpo e a alma!!!