segunda-feira, 26 de maio de 2008

Se vira nos 30? A gente se virou na Virada Cultural Paulista 2008! E a brincadeira durou completas 24 horas!

Depois de assistir empolgadíssimo à Virada Cultural da capital, nos dias 26 e 27 de abril deste ano, foi minha vez de, efetivamente, estrear na Virada Cultural Paulista.

Cada vez mais cidades do interior do estado de São Paulo estão participando deste sensacional evento cultural. Neste ano participaram:

Araçatuba
Araraquara
Assis
Bauru
Campinas
Caraguatatuba
Franca
Indaiatuba
Jundiaí
Marília
Mogi das Cruzes
Presidente Prudente
Ribeirão Preto
Santos
São Bernardo do Campo
São João da Boa Vista
São José do Rio Preto
Sorocaba

Depois de um esforço do nosso digníssimo saxofonista, a minha banda Soul na Goela foi aceita para tocar na cidade de Assis. Tá aí a programação impressa pra não me deixar mentir, hehehe.



Alugamos uma van e saímos de viagem para Assis às 10h45. De Campinas até lá, fomos ouvindo jazz (pois nossos músicos são chiques) e falando muita bobagem por 4h30 até nosso paradeiro final.

Chegando lá, o único comércio aberto, com comida, era um pequeno shopping center onde almoçamos e tomamos um ou outro chope. Bom, nosso horário para entrarmos em contato com o pessoal da produção era 16h30 e tivemos tempo para almoçar com calma.

Chegamos pontualmente no horário. O nosso anfitrião nos recebeu muito bem e nos forneceu nossas credenciais de “Artista”, o que nos rendeu algumas piadinhas ao longo da noite (…que chegaram a este infame ponto: “-Vamos subir no palco e pintar um quadro, ou fazer uma performance?”).


O pessoal da produção foi sempre muito gentil e nos alojou na sede da estação de trem da Sorocabana.


Lá ficamos para nos trocar, comer salgadinhos e beber refrigerante, água, ou um suco beeem estranho. De lá, pela janelinha, enxergávamos o palco e assistíamos a passagem de som do pessoal do Luiz Melodia. Mas não demorou 30 minutos para que o céu fechasse e caísse o mundo… quase que literalmente. Depois que começou a chover gelo, nem os músicos, nem o pessoal técnico permaneceu na rua que já estava quase deserta.

Como viram na programação lá encima do post, a Soul na Goela abriria o evento, às 18h30. Convenhamos: nesta hora, já era pra lá 17h e o céu escuro lá fora não era nem um pouco animador.

O que nos manteve animado, por outro lado, foi termos ficado confortáveis em nosso “camarim ferroviário”, que dividimos com diversos artistas ao longo da noite. Na foto, aparecem o Fernando (baterista), a Mariana (que participou especialmente deste show, cantando com a Soul na Goela) e, no espelho, eu e o Ronalde (saxofonista).


A primeira experiência foi ao batermos um papo com os forrozeiros do grupo Forró Levanta Pó. Um deles curtia até um som black! O outro soltou uma boa: “Já vi que vocês são muito chiques. Agora quero ver se vocês tocam bem!” Gente fina o pessoal do Forró Levanta Pó!

Depois de muitos salgadinhos, idas e vindas do pessoal da produção, saímos de nosso “quarto VIP” para dar lugar aos trinta e poucos membros do Grupo Cupuaçu, que trabalha com pesquisa de danças brasileiras.

O relógio já marcava umas 20h e o pessoal da produção nos deu duas alternativas. Com a chuva no fim, podíamos ficar para tocar na manhã do dia seguinte ou tocar em algum horário da madrugada, com algum remanejamento do horário. A primeira opção estava descartada, pois não tínhamos como pagar hotel para todos e tínhamos compromissos em Campinas no domingo. Como a sorte estava do nosso lado, o pessoal da equipe técnica prometeu pro pessoal da produção que iria aprontar o palco para às 22h30, horário em que o cronograma original marcava o show do Sandália de Prata.

Pelo cronograma remanejado, a noite seguiu mais ou menos assim:
22h30 – Sandália de Prata
23h30 – Grupo Cupuaçu
00h30 – Luiz Melodia
01h30 – Soul na Goela

Me lembro que, por algum motivo, assistimos ao show do Sandália de Prata ainda pela janelinha da estação. Mas, depois de definida nossa situação, foi hora de relaxar! Em turnos, fomos descendo para a praça (que já estava povoada)…


…para tomar uma merecida cerveja…


…e ver a apresentação do Grupo Cupuaçu.


Subimos novamente ao camarim para nos reunirmos. Terminado o show do Grupo Cupuaçu, teríamos que descer com todas as tralhas para aguardarmos ao show do Luiz Melodia em umas tendas que haviam ao lado do palco. Era um Pit Stop para os músicos que aguardavam a hora de subir ao palco.

Mas, antes de descermos, tivemos a honra de nos encontrar com o homem lá mesmo no nosso camarim:


Em seguida, como planejado, descemos com todos os equipamentos para a tenda ao lado do palco e fomos assistir ao show do Luiz Melodia bem de pertinho:


Depois de ir umas 15 vezes ao banheiro (ansiedade + cerveja = “água nos joelhos”), olhei no relógio e lá marcava 01h40. O Luiz saiu do palco rapidinho, para não expor a garganta ao frio e em poucos minutos o palco era nosso!

Com uma certa demora para ajustar o palco à nossa formação e para fazer uma passagem de som bem simples, tudo estava pronto para começar.


No palco (enorme) achei o som estranho. Todos tinham uma caixa de retorno muito potente, mas apenas ouviam seus próprios instrumentos. Por outro lado, numa das músicas em que não toquei, pude descer do palco para espiar nossa banda pela perspectiva da platéia. O que vi e ouvi me agradou bastante. O som ficou por lá, mas a vista foi esta:


Para terminar a jornada, descemos do palco umas 03h40, recolhemos acampamento e voltamos para Campinas. Como o motorista da van pôde dormir num hotel lá perto, pudemos dormir tranquilamente durante a viagem de volta.

Chegamos em Campinas umas 10h da manhã de domingo, 24h depois de nossa saída. Dormi em minha cama quentinha e macia até meio dia.

Meia hora depois, fui buscar minha namorada para irmos assistir aos shows do domingo da Virada Cultural Paulista em Campinas.

De noite, sofá, TV e chazinho quente!